Na análise de onze marcas de ervilhas em grãos e nove marcas de lentilhas, constatamos diversas falhas na rotulagem e na qualidade dos produtos. Muitas vezes, as informações fornecidas pelos fabricantes não correspondem à realidade, comprometendo a confiança do consumidor. Surpreendentemente, em cinco casos, foram identificados insetos vivos dentro das embalagens, um problema grave que levanta dúvidas sobre o controle de qualidade.
Informações incompletas e inconsistentes nas ervilhas em grãos
Entre as onze marcas de ervilhas analisadas, apenas cinco forneciam a data de fabricação: Hikari, Camil, Carreteiro, Combrasil e Fritz e Frida. Essa ausência de informação em quase metade das marcas dificulta que os consumidores avaliem a frescura do produto. Embora todas as embalagens tragam receitas para incentivo culinário, somente três marcas — Blue Ville, Carreteiro e Fritz e Frida — indicam o modo básico de preparo, importante para facilitar o uso, especialmente para quem não está habituado a cozinhar esses grãos.
Essa falta de padronização nas informações básicas compromete a experiência do consumidor e pode contribuir para o desperdício ou utilização inadequada do produto.
Qualidade duvidosa e má rotulagem nas marcas de lentilha
O cenário entre as lentilhas também apresenta falhas significativas. Um exemplo é a marca Granfino, que declara no rótulo se tratar de lentilha tipo 2, quando na verdade comercializa lentilha tipo 1, produto de qualidade superior. Já a Hikari informa ser tipo 1, mas oferece lentilhas tipo 3, o que representa qualidade inferior.
Das nove marcas testadas, somente três — Camil, Carreteiro e Fritz e Frida — indicavam a data de fabricação, essencial para garantir a validade.
Quanto às instruções de preparo, apenas Fritz e Frida e Máximo apresentavam essas informações em seus rótulos. Outro ponto crítico é que a maioria das lentilhas não informou corretamente a composição, com apenas quatro marcas admitindo que seus produtos continham grãos misturados.
Problemas sérios de contaminação: insetos vivos nas embalagens
Um dos problemas mais graves observados refere-se à contaminação por insetos vivos, identificada principalmente em produtos da marca Carreteiro, tanto nas ervilhas quanto nas lentilhas. Essa falha de controle inviabilizou a degustação das ervilhas dessa marca.
Além da Carreteiro, outras marcas como Blue Ville, Fritz e Frida e Kisabor também apresentaram esse problema, revelando uma fragilidade nos processos de armazenamento e higiene.
Principais falhas encontradas nas marcas avaliadas
- Ausência ou falta de clareza na data de fabricação;
- Informações incorretas sobre o tipo e qualidade do grão;
- Rótulos incompletos, sem modo de preparo detalhado;
- Presença de insetos vivos nas embalagens;
- Grãos misturados sem aviso ao consumidor.
Essas inconsistências podem comprometer não apenas o sabor e a qualidade dos pratos, mas a saúde dos consumidores, uma vez que a presença de insetos vivos indica problemas sanitários.
O que os consumidores devem observar na hora da compra?
- Procure sempre por produtos que exibam claramente a data de fabricação;
- Verifique se o rótulo contém informações sobre o tipo e qualidade da lentilha ou ervilha;
- Prefira marcas que indiquem o modo de preparo na embalagem, facilitando o uso correto;
- Observe a integridade da embalagem para evitar contaminação por insetos;
- Desconfie de grãos misturados que não estejam expressamente indicados no rótulo.
Curiosidades sobre lentilhas e ervilhas em grãos
- A lentilha tipo 1 é considerada de melhor qualidade, com grãos mais uniformes;
- Ervilhas frescas e armazenadas adequadamente têm maior valor nutricional;
- Insetos vivos nos alimentos indicam falhas sérias no processo de armazenamento e controle de qualidade;
- O modo de preparo pode variar, afetando a textura e o sabor final do prato.
É fundamental que os fabricantes aprimorem seus processos para oferecer produtos com informações claras e qualidade garantida, enquanto os consumidores precisam estar atentos para fazer escolhas conscientes e seguras.